09/04/2012

Marjorie Estiano concede entrevista à Playboy


1- O sexo é uma coisa importante para você? Você chega a sentir falta depois de ficar quanto tempo sem?
É importante, sim. Mas acho que não dá para quantificar. Acho que tem relação com a energia que você tem para direcionar. Se eu estiver à toa, se não tiver nada para fazer, vou ficar pensando nisso muito mais do que penso quando estou trabalhando o dia inteiro, de segunda a sábado.

2- Você já disse em uma entrevista que, quando se trata de sexo, você é uma mulher que experimenta de tudo, até para descobrir se gosta ou não de alguma coisa. Teve alguma coisa que você experimentou e gostou demais?
Sou mais aberta a experimentar. Posso não ter gostado de alguma coisa e ainda ter insistido até chegar a um ponto em que mudei de opinião. Não é porque eu não gostei de uma primeira vez que eu não tenha experimentado de novo, sabe?

3- Você não gosta de ser chamada de tímida. No sexo, você também é uma pessoa sem timidez?
Sem timidez. O sexo pra mim é um jogo, é um lugar onde busco prazer e algum conforto. O desconforto faz parte, mas é um lugar onde eu não me acomodo. Talvez a timidez seja mais no sentido de pudor, de julgamento. E eu não tenho nenhum tipo de julgamento com o sexo.

4-Você foi protagonista de alguns ensaios sensuais nos últimos anos. A gente quer saber: quando você vai posar para Playboy?
Não tenho planos para o imediato, não. Acho que é uma coisa tranquila, não tenho nenhum tipo de tabu ou pudor nesse sentido. Só acho que não tenho vontade, por enquanto.

5- Você é uma mulher que se sente bem com seu corpo?
Sim, me sinto bem com tudo o que acho bonito e com o que eu acho feio nele também.

6- Se acha gostosa?
Acho que não faço exatamente o perfil da gostosa-padrão brasileira. Acho que sou menor, mais magra, não me enquadro nesse gostosa-padrão. Mas não acho que eu não seja. E isso [de não se enquadrar], para mim, não é depreciativo.

7- Você estará num filme chamado Apneia, no qual sua personagem tem uma história com bebidas e drogas. São duas coisas que também fizeram parte da sua vida?
Esse filme ainda está em captação, não tem data de filmagem. E esse é o tipo de pergunta que eu adoraria responder, mas não quero incitar ninguém a nada, então acho importante que esses assuntos sejam tratados da melhor maneira possível, e acho que [isso] não seria nesta entrevista.

8- Você está solteira e já disse que frequenta tanto lugares de gente santinha quanto lugares de pegação. Nesses últimos, rola de conhecer alguém na noite e ficar?
Isso geralmente não faz muito parte do meu repertório, mas eu acho que me permito ser incoerente, sabe? Não é exatamente o meu perfil, mas, ao mesmo tempo, não acho que eu me julgaria se fizesse isso em algum momento. Mas, de verdade, eu nunca fui uma pessoa de pegação, nunca saí para beber e pegar as pessoas.

9- Como uma mulher bonita e solteira, qual foi a melhor cantada que você já ouviu?
Cantada nunca é bom, nunca funciona. Como te falei, como meu perfil não é de pegação, as coisas para mim vêm mais de um contexto, de uma familiaridade. A sedução está mais dentro desse lugar para mim do que o que uma pessoa vai me dizer em um momento em uma boate. O que me seduz é mais a sutileza, a personalidade, do que uma indireta ou direta. Vai por outro caminho. Não me lembro de nada que eu possa retratar aqui que não faça parte de uma história, de um contexto, que seja mais a longo prazo. Mais do que isso que você está dizendo, de repente uma frase para colocar nas aspas. Não funciona muito bem assim comigo.

10- Nas reportagens a seu respeito frequentemente se cita o fato de que você perdeu o papel principal da minissérie Presença de Anita para Mel Lisboa. Foi algo que mexeu com o seu ego, com a sua vaidade?
De forma nenhuma. Acho que isso acaba sendo um lugar-comum para os jornalistas porque é uma maneira para as outras pessoas que leem terem identificação ou conseguirem codificar aquilo de alguma maneira. É como quando faço entrevistas e em todas elas, desde 2004, saem chamadas dizendo que sou tímida, ou que eu não sou tímida, ou que sou tímida de outra forma. “Tímida” é a palavra que eles usam sempre. Eu acho que isso é mais um vício jornalístico do que [algo real] de minha parte.

11- Eu li uma declaração sua dizendo que seu drink preferido é whisky com energético. Sério mesmo?
Esse é um dos exemplos, mas nem é o meu favorito, para falar a verdade. Talvez o saquê, por ser suave. Bebo puro ou numa caipirinha.

12 Você deu seu primeiro beijo aos 21 anos. Por que demorou tanto?
Esse é outro tipo de coisa, junto com o “tímida” e com o teste para Presença de Anita, que os jornalistas insistem em colocar como se fosse algo realmente marcante ou sei lá o quê. Foi, sim, com 21 anos. Conheço algumas pessoas que também começaram a se relacionar nessa faixa etária.

13- Os jornalistas insistem em colocar porque é algo, de fato, curioso. Antes do primeiro beijo, você estava aflita ou ansiosa para que rolasse?
Acho que depois dos 18 anos eu fiquei aflita, ansiosa para beijar logo. Antes disso, não. Não rolou porque eu não sou de pegação e por falta de disposição suficiente para me envolver com alguém.

14- Você encarnou uma prostituta na peça Inverno da Luz Vermelha e num ensaio fotográfico. É uma fantasia?
Não, é uma profissão de um personagem, é um lugar que eu não tinha explorado enquanto atriz e tinha vontade de experimentar.

15- Foi só como atriz? Não tinha ali nada que pudesse ser uma fantasia pessoal?
Não, eu nunca tive vontade de ser, pessoalmente, prostituta…

16- Eu não perguntei se você teve vontade de ser prostituta. Perguntei se você não tinha, na esfera pessoal, a fantasia de se travestir de prostituta.
Eu não tenho fantasias do tipo “a prostituta”, ou “a enfermeira”, ou “a bombeira”, ou “a policial”. Acho que o jogo do sexo ali é muito mais pessoal e intransferível.

17- Você é de Curitiba, e o curitibano tem fama de ser muito bairrista. Você enxerga algum motivo para um curitibano ser bairrista?
Não sei se concordo com essa coisa de ser bairrista. As suas referências geralmente são dos lugares que você frequenta, das pessoas que você conhece, o que você assiste, tanto em Curitiba quanto no Rio ou em São Paulo. As referências são regionais. É natural de cada estado ser bairrista, nenhum tem uma visão mais nacional das coisas. Não vejo tanto bairrismo no curitibano que não tenha no paulista ou no carioca.

18- Em um ensaio para a revista VIP, você encarnou uma mulher do lar. Você é uma garota prendada?
Não. Se tiver de fazer, faço, e faço bem, mas, se puder delegar, eu delego. Mas acho que posso lavar uma louça bem.

19- Você começou a sua carreira em Malhação e ficou lá por algum tempo. Sentiu algum preconceito dentro da TV Globo por ter vindo de lá?
Nenhum, mesmo. Foi um processo bacana ter feito uma cantora na Malhação, e não senti nenhum tipo de julgamento por ter feito isso. Tive uma trajetória como atriz que foi muito interessante para mim e nunca senti nenhuma depreciação de ninguém.

20- Você tem uma tatuagem com frases escritas em árabe no seu braço esquerdo. O que ela quer dizer?
Quer dizer: “O Araketu, o Araketu, quando toca”.

Fonte: Site da Revista Playboy

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