1- O sexo é uma coisa importante para
você? Você chega a sentir falta depois de ficar quanto tempo sem?
É importante, sim. Mas acho que não dá para
quantificar. Acho que tem relação com a energia que você tem para
direcionar. Se eu estiver à toa, se não tiver nada para fazer, vou
ficar pensando nisso muito mais do que penso quando estou trabalhando
o dia inteiro, de segunda a sábado.
2- Você já disse em uma entrevista que,
quando se trata de sexo, você é uma mulher que experimenta de tudo,
até para descobrir se gosta ou não de alguma coisa. Teve alguma
coisa que você experimentou e gostou demais?
Sou mais aberta a experimentar. Posso não ter
gostado de alguma coisa e ainda ter insistido até chegar a um ponto
em que mudei de opinião. Não é porque eu não gostei de uma
primeira vez que eu não tenha experimentado de novo, sabe?
3- Você não gosta de ser chamada de
tímida. No sexo, você também é uma pessoa sem timidez?
Sem timidez. O sexo pra mim é um jogo, é um
lugar onde busco prazer e algum conforto. O desconforto faz parte,
mas é um lugar onde eu não me acomodo. Talvez a timidez seja mais
no sentido de pudor, de julgamento. E eu não tenho nenhum tipo de
julgamento com o sexo.
4-Você foi protagonista de alguns ensaios
sensuais nos últimos anos. A gente quer saber: quando você vai
posar para Playboy?
Não tenho planos para o imediato, não. Acho que
é uma coisa tranquila, não tenho nenhum tipo de tabu ou pudor nesse
sentido. Só acho que não tenho vontade, por enquanto.
5-
Você é uma mulher que se sente bem com seu corpo?
Sim, me sinto bem com tudo o que acho bonito e com
o que eu acho feio nele também.
6- Se acha gostosa?
Acho que não faço exatamente o perfil da
gostosa-padrão brasileira. Acho que sou menor, mais magra, não me
enquadro nesse gostosa-padrão. Mas não acho que eu não seja. E
isso [de não se enquadrar], para mim, não é depreciativo.
7- Você estará num filme chamado Apneia,
no qual sua personagem tem uma história com bebidas e drogas. São
duas coisas que também fizeram parte da sua vida?
Esse filme ainda está em captação, não tem
data de filmagem. E esse é o tipo de pergunta que eu adoraria
responder, mas não quero incitar ninguém a nada, então acho
importante que esses assuntos sejam tratados da melhor maneira
possível, e acho que [isso] não seria nesta entrevista.
8- Você está solteira e já disse que
frequenta tanto lugares de gente santinha quanto lugares de pegação.
Nesses últimos, rola de conhecer alguém na noite e ficar?
Isso geralmente não faz muito parte do meu
repertório, mas eu acho que me permito ser incoerente, sabe? Não é
exatamente o meu perfil, mas, ao mesmo tempo, não acho que eu me
julgaria se fizesse isso em algum momento. Mas, de verdade, eu nunca
fui uma pessoa de pegação, nunca saí para beber e pegar as
pessoas.
9- Como uma mulher bonita e solteira, qual
foi a melhor cantada que você já ouviu?
Cantada nunca é bom, nunca funciona. Como te
falei, como meu perfil não é de pegação, as coisas para mim vêm
mais de um contexto, de uma familiaridade. A sedução está mais
dentro desse lugar para mim do que o que uma pessoa vai me dizer em
um momento em uma boate. O que me seduz é mais a sutileza, a
personalidade, do que uma indireta ou direta. Vai por outro caminho.
Não me lembro de nada que eu possa retratar aqui que não faça
parte de uma história, de um contexto, que seja mais a longo prazo.
Mais do que isso que você está dizendo, de repente uma frase para
colocar nas aspas. Não funciona muito bem assim comigo.
10- Nas reportagens a seu respeito
frequentemente se cita o fato de que você perdeu o papel principal
da minissérie Presença de Anita para Mel Lisboa. Foi algo que mexeu
com o seu ego, com a sua vaidade?
De forma nenhuma. Acho que isso acaba sendo um
lugar-comum para os jornalistas porque é uma maneira para as outras
pessoas que leem terem identificação ou conseguirem codificar
aquilo de alguma maneira. É como quando faço entrevistas e em todas
elas, desde 2004, saem chamadas dizendo que sou tímida, ou que eu
não sou tímida, ou que sou tímida de outra forma. “Tímida” é
a palavra que eles usam sempre. Eu acho que isso é mais um vício
jornalístico do que [algo real] de minha parte.
11- Eu li uma declaração sua dizendo que
seu drink preferido é whisky com energético. Sério mesmo?
Esse é um dos exemplos, mas nem é o meu
favorito, para falar a verdade. Talvez o saquê, por ser suave. Bebo
puro ou numa caipirinha.
12 Você deu seu primeiro beijo aos 21
anos. Por que demorou tanto?
Esse é outro tipo de coisa, junto com o “tímida”
e com o teste para Presença de Anita, que os jornalistas insistem em
colocar como se fosse algo realmente marcante ou sei lá o quê. Foi,
sim, com 21 anos. Conheço algumas pessoas que também começaram a
se relacionar nessa faixa etária.
13- Os jornalistas insistem em colocar
porque é algo, de fato, curioso. Antes do primeiro beijo, você
estava aflita ou ansiosa para que rolasse?
Acho que depois dos 18 anos eu fiquei aflita,
ansiosa para beijar logo. Antes disso, não. Não rolou porque eu não
sou de pegação e por falta de disposição suficiente para me
envolver com alguém.
14- Você encarnou uma prostituta na peça
Inverno da Luz Vermelha e num ensaio fotográfico. É uma fantasia?
Não, é uma profissão de um personagem, é um
lugar que eu não tinha explorado enquanto atriz e tinha vontade de
experimentar.
15- Foi só como atriz? Não tinha ali
nada que pudesse ser uma fantasia pessoal?
Não, eu nunca tive vontade de ser, pessoalmente,
prostituta…
16- Eu não perguntei se você teve vontade
de ser prostituta. Perguntei se você não tinha, na esfera pessoal,
a fantasia de se travestir de prostituta.
Eu não tenho fantasias do tipo “a prostituta”,
ou “a enfermeira”, ou “a bombeira”, ou “a policial”. Acho
que o jogo do sexo ali é muito mais pessoal e intransferível.
17- Você é de Curitiba, e o curitibano
tem fama de ser muito bairrista. Você enxerga algum motivo para um
curitibano ser bairrista?
Não sei se concordo com essa coisa de ser
bairrista. As suas referências geralmente são dos lugares que você
frequenta, das pessoas que você conhece, o que você assiste, tanto
em Curitiba quanto no Rio ou em São Paulo. As referências são
regionais. É natural de cada estado ser bairrista, nenhum tem uma
visão mais nacional das coisas. Não vejo tanto bairrismo no
curitibano que não tenha no paulista ou no carioca.
18- Em um ensaio para a revista VIP, você
encarnou uma mulher do lar. Você é uma garota prendada?
Não. Se tiver de fazer, faço, e faço bem, mas,
se puder delegar, eu delego. Mas acho que posso lavar uma louça bem.
19- Você começou a sua carreira em
Malhação e ficou lá por algum tempo. Sentiu algum preconceito
dentro da TV Globo por ter vindo de lá?
Nenhum, mesmo. Foi um processo bacana ter feito
uma cantora na Malhação, e não senti nenhum tipo de julgamento por
ter feito isso. Tive uma trajetória como atriz que foi muito
interessante para mim e nunca senti nenhuma depreciação de ninguém.
20- Você tem uma tatuagem com frases
escritas em árabe no seu braço esquerdo. O que ela quer dizer?
Quer dizer: “O Araketu, o Araketu, quando toca”.
Fonte: Site da Revista Playboy